Secretaria de Saúde cria hotsite e tira dúvidas sobre febre amarela
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) lançou, na última quinta-feira (12/1), o hotsite que esclarece todas as dúvidas sobre a febre amarela
Publicado em 16/01/2017 13:06 - Atualizado em 16/01/2017 16:13
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) lançou, na última quinta-feira (12/1), o hotsite que esclarece todas as dúvidas sobre a febre amarela. No endereço eletrônico www.saude.mg.gov.br/febreamarela o cidadão encontra orientações sobre vacinação, dicas de prevenção, respostas para as perguntas mais frequentes e as últimas notícias relacionadas ao assunto. A ideia da SES é desvendar mitos e levar informações claras e atualizadas à população mineira.
As principais dúvidas dos cidadãos estão relacionadas à vacinação. Afinal, quem deve vacinar? O Ministério da Saúde recomenda a vacinação às pessoas (homens e mulheres) que residem ou viajam para regiões silvestres, rurais ou de mata.
A vacinação também é altamente aconselhável às pessoas que vivem nas áreas endêmicas – imediações de Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga, Imbé de Minas, Entre Folhas, Ubaporanga, Ipanema e Inhapim, onde foram notificados os casos suspeitos em Minas Gerais. A população rural e silvestre, agricultores, extrativistas e adeptos do turismo ecológico constituem o grupo de risco.
A vacina, única forma de evitar o contágio da doença, é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela está disponível nas unidades de saúde de forma gratuita e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para as áreas de risco.
Todos os estados estão abastecidos com a vacina e o país tem estoque suficiente para atender toda a população. Em 2016, foram repassados aos estados mais de 16 milhões de doses, sendo mais de 3 milhões para Minas Gerais. Devido ao aumento da demanda, pode ocorrer um desabastecimento pontual em alguns municípios, mas o estoque é logo recomposto.
O atual esquema vacinal contra febre amarela é composto por uma dose aos 9 meses de idade e um reforço aos quatro anos. Para pessoas que nunca foram vacinadas ou não possuem comprovante de vacinação, é preciso administrar a primeira dose da vacina e um reforço após 10 anos. Pessoas que já receberam duas doses ao longo da vida já são consideradas imunizadas. A vacina é contraindicada a gestantes e a pacientes com neoplasia, imunodeficiência primária, imunossupressão e submetidos a transplante de órgãos, entre outros.
Combate ao mosquito
Além da vacina, outra forma de prevenir a doença é eliminar os criadouros dos mosquitos. Entre as medidas preventivas indicadas estão: verificar se a caixa d’água está bem fechada, não acumular vasilhames no quintal, verificar se as calhas não estão entupidas, eliminar qualquer recipiente como pratos de vasos, latas e pneus contendo água limpa. Esses ambientes são ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos.
Essas dicas valem para quem vive na zona rural e também para aqueles que residem em áreas urbanas. O último caso de febre amarela urbana registrado no Brasil data de 1942. Mesmo assim, todo cuidado é pouco, já o que Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, também é o vetor da febre amarela no meio urbano.
Transmissão e sintomas
A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra a doença é picada por um mosquito infectado. Além do ser humano, a infecção também pode acometer macacos, que podem desenvolver a febre amarela silvestre e ter quantidade suficiente de vírus para infectar mosquitos e, assim, transmitir a doença às pessoas.
A febre amarela não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. A transmissão ocorre com maior frequência na estação das chuvas, quando há um aumento das populações de mosquitos, favorecendo a circulação do vírus.
As primeiras manifestações da doença são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.
A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a doença.
Ações do Governo
As ações de prevenção e controle contra a febre amarela estão sendo desencadeadas principalmente nos municípios que estão em alerta e em outros de Minas Gerais que já apresentam registros de epizootias (morte de macacos) em 2016 e 2017, mesmo sem confirmação laboratorial.
Em vídeo divulgado neste semana, o governador Fernando Pimentel ressaltou que o Governo do Estado já está implementando ações de prevenção nas regiões em que foram identificados casos da doença, incluindo a vacinação das populações que moram em áreas rurais dos municípios afetados. Além disso, também estão sendo reforçados os leitos de hospitais dessas localidades para atendimento de casos graves.
“Não temos nenhum motivo de alarme. A situação de fato é preocupante, mas não é um risco iminente de epidemia. O que nós estamos fazendo é tomar ações preventivas nas regiões afetadas envolvendo especialmente a vacinação. Se você mora num dos municípios que está sendo afetado deve procurar um posto de saúde e se vacinar. Quem mora em área rural já está sendo contatado pelas nossas equipes de campo. Estamos indo de casa em casa vacinar as pessoas”, afirmou o governador.
Esquema Vacinal
O atual esquema vacinal contra febre amarela é composto por uma dose aos 9 meses de idade* e um reforço aos 4 anos. Para indivíduos a partir de 5 anos de idade que receberam uma dose da vacina antes de completar 5 anos, é necessário administrar um reforço a ser avaliado pela equipe de saúde. Já para pessoas que nunca foram vacinadas ou não possuem comprovante de vacinação é necessário administrar a primeira dose da vacina e um reforço após 10 anos. Dessa forma, indivíduos que já receberam duas doses da vacina ao longo da vida já podem ser considerados imunizados e não precisam do reforço de 10 em 10 anos. Pessoas com 60 anos ou mais, que nunca foram vacinadas, ou sem o comprovante de vacinação, o médico deverá avaliar o benefício desta imunização, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nesta faixa-etária ou decorrente de comorbidades.
* Por conta do número expressivo de casos, o Ministério da Saúde abriu o início do período de vacinação contra a febre amarela para pessoas acima de seis meses de vida se elas morarem ou forem viajar para áreas rurais, de mata ou silvestre.
Contraindicações
- Crianças com menos de 6 meses de idade;
- Indivíduos com histórico de reação anafilática a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina);
- Pacientes com histórico de doenças do timo (miastenia grave, timona, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica), também devem buscar orientação de um profissional de saúde
- Pacientes com imunossupressão de qualquer natureza:
Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave;
Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores);
Pacientes submetidos a transplante de órgãos;
Pacientes com imunodeficiência primária;
Pacientes com neoplasias.
Obs.: Gestantes deverão ser avaliadas de acordo com o risco de contrair a doença, dependendo da área em que moram ou para a qual irá viajar.
Já o tratamento da febre amarela visa atenuar os sintomas da doença, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva, com vista a reduzir as complicações e o risco de óbito.
Qualquer pessoa deve se vacinar contra a Febre Amarela?
Toda pessoa acima de seis meses de vida que mora ou vai viajar para área rural, de mata ou silvestre deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para se vacinar contra a Febre Amarela. A vacina é gratuita e oferecida pelo do Sistema Único de Saúde (SUS).
Não tenho Cartão de Vacina? O que devo fazer?
Você deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa para fazer o seu Cartão de Vacina pelo SUS. Lembre-se: o cartão é um documento muito importante que reúne todo o seu histórico vacinal durante a vida. Por isso, o guarde com cuidado.
Só crianças devem ter Cartão de Vacinação atualizado?
Não. Todas as pessoas devem manter atualizado o seu cartão. Trata-se de um documento indispensável, uma vez que o controle das vacinas pode evitar uma série de doenças. Assim, não só crianças, como adolescente, adultos e idosos devem manter suas vacinas em dia.
Perdi meu Cartão de Vacinação. Ainda sim posso me vacinar contra a Febre Amarela?
Sim. Caso não esteja de posse do cartão de vacinação, por motivo de perda ou dano, é recomendado que o usuário procure o serviço de saúde próximo da sua casa que costuma vacinar ou que faça parte de seu território de abrangência. Lá, ele terá o chamado “cartão espelho”, no qual ficam arquivados os registros de doses que foram aplicadas.
Quem toma medicação controlada pode se vacinar contra a Febre Amarela?
Sim. Não há nenhum problema de interação medicamentosa entre a vacina e outros medicamentos. Em caso de dúvida, consulte a equipe de saúde.
A partir de quantos meses um bebê pode se vacinar?
O bebê pode ser vacinado a partir dos seis meses de idade, quando a criança reside em uma área em que há morte de macacos com suspeita de febre amarela e na área em que há casos de febre amarela silvestre. Mas fora dessas situações, o calendário de vacinações indica a imunização aos nove meses de idade.
A doença se chama febre amarela por que quem a contrai fica obrigatoriamente com icterícia?
A icterícia é uma coloração amarelada que aparece na pele e nos olhos, que é uma característica da doença. Mas temos que lembrar que existem formas muito leves da doença que não chegam a formar a icterícia. Já a febre sim, essa acontece em todas as situações.
Não me lembro se já vacinei contra Febre Amarela. O que eu faço?
A vacina contra a Febre Amarela faz parte do calendário de vacinação do SUS, por isso se você tiver com a sua imunização em dia provavelmente você já se vacinou. Basta conferir o seu Cartão de Vacinação. Mas, caso ainda tenha dúvida, procure a equipe de saúde na Unidade Básica de Saúde (UBS) para fazer a avaliação e a necessidade de se vacinar.
Quantas doses da vacina são necessárias para a imunização completa contra a febre amarela?
Indivíduos que já receberam duas doses da vacina ao longo da vida já podem ser considerados imunizados e não precisam do reforço de 10 em 10 anos.
Como é organizado o esquema vacinal contra a Febre Amarela no SUS?
Por conta do número expressivo de casos, o Ministério da Saúde abriu o início do período de vacinação contra a febre amarela para pessoas acima de seis meses de vida se elas morarem ou forem viajar para áreas rurais, de mata ou silvestre. Para quem não é ou vai para estas regiões, o atual esquema vacinal contra febre amarela é composto por uma dose aos 9 meses de idade e um reforço aos 4 anos. Para indivíduos a partir de 5 anos de idade que receberam uma dose da vacina antes de completar 5 anos, é necessário administrar uma dose de reforço a ser avaliada pela equipe de saúde. Já para pessoas que nunca foram vacinadas ou não possuem comprovante de vacinação é necessário administrar a primeira dose da vacina e um reforço após 10 anos.
A febre amarela urbana e a febre amarela silvestre são a mesma doença? Há diferenciação dos sintomas ou gravidade?
Sim, tanto a febre amarela silvestre quanto a urbana têm manifestações clínicas idênticas em ambos os casos de transmissão. O vírus e a evolução clínica são os mesmos; a diferença está apenas nos vetores. No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela são os mosquitos Haemagogus e o Sabethes. Já no meio urbano, a transmissão se dá pelo Aedes aegypti.
Existe a possibilidade de uma pessoa infectada na área rural ir para a cidade, infectar mosquitos e iniciar a transmissão em área urbana?
Sim, existe essa possibilidade. Por isso, a prevenção por meio da vacinação e da eliminação dos criadouros do Aedes aegypti é fundamental. Clique aqui e confira alguns cuidados simples para evitar a transmissão do mosquito que também transmite a Dengue, Zika e Chikungunya.
A febre amarela é contagiosa?
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.
Há vacinas contra a febre amarela suficientes no Estado?
Sim. A vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do SUS e enviada, mensalmente, pelo Ministério da Saúde, para todo o país. Neste momento, o estado de Minas Gerais conta com cerca de 300 mil doses em estoque, acrescidas de outras 735 mil doses a serem enviadas pelo Ministério da Saúde nesta 1ª quinzena de janeiro. Dessa forma, são 1 milhão de unidades de vacina para imunizar a população do estado que ainda não completou o esquema vacinal.
O município pode alegar falta de vacina contra a Febre Amarela?
Neste momento não existe essa possibilidade. Os municípios devem se organizar para solicitar o quantitativo suficiente para a vacinação. Os casos de falta são pontuais, uma vez que tem havido grande procura e alguns municípios não dispõem de estrutura para armazenar grandes quantidades da vacina.
Em Minas Gerais ocorreram duas epidemias de Febre Amarela entre os anos de 2001 a 2003 em regiões distintas. A primeira epidemia, em 2001, ocorreu na região do Centro-Oeste mineiro, quando foram confirmados 32 casos humanos de febre amarela com 16 óbitos. Abrangeu 12 municípios da região e confirmou-se a origem silvestre da doença em todos os casos. Foi realizada vacinação casa a casa de toda a população da região, fator que contribuiu bastante para evitar o surgimento de novos casos.
Em dezembro de 2002, iniciou-se a epidemia do Alto Jequitinhonha, atingindo seis municípios. Ocorreram 64 casos humanos de febre amarela silvestre com 23 óbitos. Adotou-se a vacinação casa a casa de toda a população da região e municípios contíguos, a fim de evitar a ocorrência de novos casos.
Nos anos de 2008 e 2009, ocorreram dois casos confirmados de febre amarela silvestre no Noroeste de Minas e na Zona da Mata. Não ocorreram casos humanos da doença no Estado entre os anos de 2010 e 2016.
Com o propósito de aumentar a sensibilidade do sistema de vigilância da Febre Amarela e a oportunidade da resposta dos serviços de saúde pública em seu controle, foi criada de forma gradual, em todo o país, a notificação e investigação de epizootias em primatas, buscando a detecção oportuna da circulação do vírus.
Confira outras dúvidas frequentes em: http://www.saude.mg.gov.br/febreamarela
por Assessoria de Comunicação